Koryu Bujutsu 古流武術
Koryu (literalmente: tradição antiga), é uma denominação genérica aos estilos de artes marciais tradicionais japonesas, fundadas anteriormente à Restauração Meiji.
Durante o Xogunato Tokugawa, existiam centenas de estilos, mas com a Restauração Meiji e a adoção de métodos de guerra ocidentais, ocorreu um declínio acentuado do chamado Koryu.
Entretanto, vários estilos de Koryu sobreviveram e são praticadas até hoje no Japão e em todo o mundo, mantendo-se essencialmente as mesmas tradições e treinos de outrora.
Diferença entre Koryu Bujutsu e Gendai Budo
Gendai budo (現代武道) é o nome dado às artes marciais pós Restauração Meiji, como o Kendo, Iaido, Aikido e Judo.
A principal diferença é a origem, tanto em termos da época da criação, quanto em termos de finalidade. Um estilo de Koryu era costumeiramente fundado em função de lutas reais, onde o fundador sobrevivia a uma luta de vida ou morte e, com base nas técnicas utilizadas na luta, desenvolvia o estilo. Posteriormente, adicionou-se influências mais filosóficas, com influência notável do Confucionismo, Taoísmo e o Zen Budismo.
Além disso, muitos Koryu eram Sogo Bujutsu (総合武術), compreendendo técnicas com diferentes armas (incluindo técnicas de luta corporal). A especialização dos estilos é um fenómeno relativamente recente, ocorrendo há aproximadamente 400 anos, com o surgimento do Xogunato Tokugawa.
Por outro lado, o Gendai Budo teve origens baseadas em diretrizes educacionais (caso do Kendo, Iaido, Kyudo e Judo) ou foi fruto de experiências de caráter mais esotérico durante a prática de artes marciais (caso do Aikido e do Kyudo de Awa Kenzo). As artes classificadas como Gendai Budo são todas provenientes de artes Koryu, mas foram reorganizadas de forma a atender os seus respetivos propósitos. Deve-se ressaltar também que o Gendai Budo teve uma ênfase bastante grande no desenvolvimento interior do praticante, apesar de ter sido largamente utilizado nas guerras Russo-Japonesa, Sino-Japonesa e na Segunda Guerra Mundial.
Nos dias atuais existem três aspetos a serem considerados:
- As técnicas em si ainda mantém a sua letalidade, podendo em casos específicos ainda serem utilizados; outros conhecimentos também podem ser adaptados para o mundo moderno;
- As tradições seculares que estão presentes em tais artes são um património cultural a ser preservado;
- O processo de ensino e desenvolvimento interior do praticante são fatores que devem ser percebidos, embora o caráter extremamente não ortodoxo e pouco trivial do treino faça com que poucas pessoas na atualidade estejam realmente aptas a treinarem como era o treino antigamente.
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