Alguns conselhos para quem conquistou o cinturão negro
Lembro-me como se fosse hoje o dia que recebi o cinturão negro das mãos do meu Mestre.
A sensação daquela conquista foi algo inesquecível, era a concretização de um sonho e com certeza a minha maior conquista até aquele momento da minha vida.
De facto, eu sentia-me pronto para aquele momento porque tinha um bom nível técnico e um bom conhecimento histórico e cultural. Eu sentia-me um cinturão negro!
Mas é claro que precisamos dar um desconto a um adolescente no entendimento do que significa realmente ser um cinturão negro.
E por isso resolvi partilhar com vocês o meu entendimento do que é ser um cinturão negro de verdade, depois de já ter percorrido essa jornada e sendo atualmente cinturão vermelho pela WNBF e Bugeikan.
Voltando ao início, quando eu recebi o meu cinturão, a evolução técnica era a minha prioridade (nunca deixou de ser), porque tinha consciência que ser um cinturão negro significa conhecer "todas" as bases e fundamentos da Arte Marcial que se pratica.
Quem recebe esse cinturão precisa tomar consciência de que o cinturão negro é o verdadeiro início. É quando já aprendemos a gatinhar e a dominar o equilíbrio e a partir desse momento começamos a caminhar.
Precisamos dominar as técnicas a ponto de poder aplicá-las e ensiná-las com eficiência. Procurar estar sempre atualizado e treinado e partilhar conhecimento com o menos graduados é obrigação de todos cintos negros na minha escola.
Quando você ensina existem duas coisas muito importantes a observar: a primeira é o seu exemplo. Não me venham com essa conversa de “faz o que eu digo e não faças o que eu faço”. Os seus alunos olham para si como um modelo e tendem a espelhar-se em si. Seja responsável e seja sempre um bom exemplo. As suas atitudes vão falar sempre mais alto, cuidado!
A segunda é o respeito. Entender que as pessoas têm diferentes habilidades e objetivos, respeitá-las nas diferenças e fazer com que o Budo se torne parte integrante da vida delas, o maior tempo possível, deve ser a missão do verdadeiro cinturão negro.
Para que possa partilhar conhecimento, você precisa ter vivido a experiência. Como é que eu vou entender o sentimento do outro se eu nunca o experimentei? Isso vale para tudo na vida.
Permita-se viver os desafios que aparecerem no seu caminho. Durante todo o processo procure a vitória, mas entenda que não é a vitória o mais importante desse processo. É a EVOLUÇÃO.
Mantenha-se eternamente disponível para aprender. Você NUNCA saberá tudo e NUNCA será dono da verdade, ninguém o é. E se me afirmar isso posso garantir que olharei bem nos seus olhos e o chamarei de mentiroso e desonesto.
O Ninjutsu ensinou-me ao longo de todos estes anos, que pessoas diferentes fazem técnicas de forma diferente, e não existe o certo ou errado e sim o que funciona e o que não funciona.
Ser um cinturão negro de verdade é manter-se a treinar mesmo entendendo, que daqui a uns bons anos, você não será mais aquele guerreiro da juventude. Vai perder a explosão, talvez a força e com certeza o tempo de reação, o que vai comprometer definitivamente a sua performance. Mas e daí? Adapte-se.
Não se esconda atrás de sua graduação. Treine com todos os que o convidam para treinar, independentemente da sua graduação. Com os mais novos aprenda a dissecar uma técnica e a ensiná-la passo a passo. No "sparring" aprenda a controlar melhor a sua técnica, a combinar as suas técnicas e a experimentar técnicas recentemente aprendidas. Com os mais velhos aprenda tudo o que eles lhe possam ensinar e teste-se sempre com eles. Um cinturão negro de verdade é consciente e vai perceber a sua limitação técnica e saberá controlar-se e não o vai magoar, mas sim criar-lhe desafios para aprender. Essa conversa de cinturão negro não poder treinar e não poder fazer "sparring" com alunos menos graduados é típico de quem não é cinturão negro de verdade, de quem é inseguro. Isso não tem nada a ver com respeito.
Ser cinturão negro não o torna melhor do que ninguém, respeite todos da mesma forma no tatami e fora dele. Carregue a bandeira da sua Arte Marcial por onde quer que você vá e em tudo o que você faz.
Pratique a gentileza o tempo todo. A agressividade, na maioria das vezes reflete insegurança e imaturidade. Procure a paz dentro de si.
Tenha muitos adversários mas não cultive inimizades. Se faz competição, quando os combates ou período de rivalidade termina, seja grato com aquele que o fez treinar e se dedicar mais, aquele que o ajudou a tornar-se melhor do que era. Diga-lhe isso, provavelmente ele tem o mesmo sentimento por si.
Entenda que ter um cinturão negro na cintura não o torna num cinturão negro de VERDADE. Isso é construído diariamente com as nossas ações. Lembre-se que estamos todos numa jornada (DO). Faça com que as suas atitudes sejam motivos de orgulho quando você olhar para trás.
Caso tenha errado, assuma o erro, peça desculpa, siga o Caminho e continue a evoluir.
Nunca é tarde para nos tornarmos cinturões negros DE VERDADE. Mesmo para aqueles que já o usam há muito tempo "como status".
A sensação daquela conquista foi algo inesquecível, era a concretização de um sonho e com certeza a minha maior conquista até aquele momento da minha vida.
De facto, eu sentia-me pronto para aquele momento porque tinha um bom nível técnico e um bom conhecimento histórico e cultural. Eu sentia-me um cinturão negro!
Mas é claro que precisamos dar um desconto a um adolescente no entendimento do que significa realmente ser um cinturão negro.
E por isso resolvi partilhar com vocês o meu entendimento do que é ser um cinturão negro de verdade, depois de já ter percorrido essa jornada e sendo atualmente cinturão vermelho pela WNBF e Bugeikan.
Voltando ao início, quando eu recebi o meu cinturão, a evolução técnica era a minha prioridade (nunca deixou de ser), porque tinha consciência que ser um cinturão negro significa conhecer "todas" as bases e fundamentos da Arte Marcial que se pratica.
Quem recebe esse cinturão precisa tomar consciência de que o cinturão negro é o verdadeiro início. É quando já aprendemos a gatinhar e a dominar o equilíbrio e a partir desse momento começamos a caminhar.
Precisamos dominar as técnicas a ponto de poder aplicá-las e ensiná-las com eficiência. Procurar estar sempre atualizado e treinado e partilhar conhecimento com o menos graduados é obrigação de todos cintos negros na minha escola.
Quando você ensina existem duas coisas muito importantes a observar: a primeira é o seu exemplo. Não me venham com essa conversa de “faz o que eu digo e não faças o que eu faço”. Os seus alunos olham para si como um modelo e tendem a espelhar-se em si. Seja responsável e seja sempre um bom exemplo. As suas atitudes vão falar sempre mais alto, cuidado!
A segunda é o respeito. Entender que as pessoas têm diferentes habilidades e objetivos, respeitá-las nas diferenças e fazer com que o Budo se torne parte integrante da vida delas, o maior tempo possível, deve ser a missão do verdadeiro cinturão negro.
Para que possa partilhar conhecimento, você precisa ter vivido a experiência. Como é que eu vou entender o sentimento do outro se eu nunca o experimentei? Isso vale para tudo na vida.
Permita-se viver os desafios que aparecerem no seu caminho. Durante todo o processo procure a vitória, mas entenda que não é a vitória o mais importante desse processo. É a EVOLUÇÃO.
Mantenha-se eternamente disponível para aprender. Você NUNCA saberá tudo e NUNCA será dono da verdade, ninguém o é. E se me afirmar isso posso garantir que olharei bem nos seus olhos e o chamarei de mentiroso e desonesto.
O Ninjutsu ensinou-me ao longo de todos estes anos, que pessoas diferentes fazem técnicas de forma diferente, e não existe o certo ou errado e sim o que funciona e o que não funciona.
Ser um cinturão negro de verdade é manter-se a treinar mesmo entendendo, que daqui a uns bons anos, você não será mais aquele guerreiro da juventude. Vai perder a explosão, talvez a força e com certeza o tempo de reação, o que vai comprometer definitivamente a sua performance. Mas e daí? Adapte-se.
Não se esconda atrás de sua graduação. Treine com todos os que o convidam para treinar, independentemente da sua graduação. Com os mais novos aprenda a dissecar uma técnica e a ensiná-la passo a passo. No "sparring" aprenda a controlar melhor a sua técnica, a combinar as suas técnicas e a experimentar técnicas recentemente aprendidas. Com os mais velhos aprenda tudo o que eles lhe possam ensinar e teste-se sempre com eles. Um cinturão negro de verdade é consciente e vai perceber a sua limitação técnica e saberá controlar-se e não o vai magoar, mas sim criar-lhe desafios para aprender. Essa conversa de cinturão negro não poder treinar e não poder fazer "sparring" com alunos menos graduados é típico de quem não é cinturão negro de verdade, de quem é inseguro. Isso não tem nada a ver com respeito.
Ser cinturão negro não o torna melhor do que ninguém, respeite todos da mesma forma no tatami e fora dele. Carregue a bandeira da sua Arte Marcial por onde quer que você vá e em tudo o que você faz.
Pratique a gentileza o tempo todo. A agressividade, na maioria das vezes reflete insegurança e imaturidade. Procure a paz dentro de si.
Tenha muitos adversários mas não cultive inimizades. Se faz competição, quando os combates ou período de rivalidade termina, seja grato com aquele que o fez treinar e se dedicar mais, aquele que o ajudou a tornar-se melhor do que era. Diga-lhe isso, provavelmente ele tem o mesmo sentimento por si.
Entenda que ter um cinturão negro na cintura não o torna num cinturão negro de VERDADE. Isso é construído diariamente com as nossas ações. Lembre-se que estamos todos numa jornada (DO). Faça com que as suas atitudes sejam motivos de orgulho quando você olhar para trás.
Caso tenha errado, assuma o erro, peça desculpa, siga o Caminho e continue a evoluir.
Nunca é tarde para nos tornarmos cinturões negros DE VERDADE. Mesmo para aqueles que já o usam há muito tempo "como status".
Comentários
Enviar um comentário